A demanda crescente por energia na Europa gera desafios para empresas de tecnologia

A crescente demanda por eletricidade, impulsionada pela ascensão da inteligência artificial e pela necessidade de mais centros de dados, está pressionando as infraestruturas elétricas na Europa. Especialistas alertam que empresas enfrentam tempos de espera de cinco a oito anos para se conectar às redes elétricas envelhecidas do continente. Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), cerca de 1.500 gigawatts de projetos de energia limpa foram interrompidos devido à falta de conexões de rede, com um investimento estimado de 700 bilhões de dólares necessário para que os países alcancem suas metas ambientais.

Os centros de dados, que consomem grandes quantidades de energia, são identificados como os principais responsáveis pela crescente competição por conexões à rede. Diego Hernandez Diaz, da McKinsey, destacou que a demanda por esses centros deve crescer a uma taxa anual de 20% nos próximos seis anos. Além disso, a empresa Schneider Electric alertou para uma crise de energia iminente na Europa, com listas de espera de três a cinco anos em regiões com restrições energéticas.

A complexidade das operações de alta tensão está aumentando, especialmente na Alemanha, que precisa expandir sua construção de linhas de energia de 400 para 2.000 quilômetros por ano. Jerome Fournier, da Nexans, mencionou um backlog de pedidos de sete a dez bilhões de euros para cabos que transmitem eletricidade de fontes renováveis. A pressão por soluções energéticas está levando operadores de centros de dados a desenvolver seus próprios sistemas de backup de energia, incluindo reatores modulares e armazenamento em bateria.

Apesar da crescente necessidade de energia, a Europa ainda enfrenta desafios, como altos preços de eletricidade e custos operacionais, que limitam a demanda. A IEA prevê um crescimento global de 3,9% na demanda por eletricidade entre 2025 e 2027, mas as previsões para a Europa são mais modestas, com um aumento de apenas 1% em 2024. A crise energética resultante da invasão da Ucrânia elevou os preços da eletricidade, tornando a situação ainda mais desafiadora para os consumidores e fabricantes na região.