Férias silenciosas: millennials desafiam CEOs com novas estratégias de trabalho remoto

Funcionários, especialmente da geração millennial, estão redefinindo o conceito de trabalho remoto, conforme revela o “Relatório de Cultura Fora do Escritório” da Harris Poll. O estudo, que entrevistou 1.170 adultos empregados nos EUA, mostra que 37% dos millennials admitiram ter tirado folga sem informar seus supervisores. Libby Rodney, diretora de estratégia da Harris Poll, descreve essa prática como “férias silenciosas”, onde os trabalhadores buscam um equilíbrio entre vida pessoal e profissional sem comunicar suas ausências.

O relatório destaca que muitos millennials recorrem a estratégias para manter a aparência de atividade no trabalho. Quase 40% dos entrevistados afirmaram que movimentam seus mouses para parecerem ativos online, enquanto um número semelhante envia e-mails fora do horário de expediente. Rodney observa que essa situação reflete uma nova forma de ansiedade no ambiente de trabalho, exacerbada pela pandemia, onde 61% dos millennials e 58% da Geração Z se sentem nervosos ao solicitar folgas.

A insatisfação no local de trabalho é alimentada por uma cultura empresarial que ainda não se adaptou às novas expectativas dos trabalhadores. Uma pesquisa da Perceptyx revelou que 46% dos funcionários consideram seus chefes como “incompetentes” ou “pouco solidários”. A resistência dos CEOs em aceitar o trabalho remoto, com 62% exigindo retorno ao escritório até 2026, contrasta com o desejo de 90% dos funcionários de não voltar ao modelo pré-pandemia.

Mudanças estão em curso, com muitas empresas adotando o trabalho híbrido, uma resposta às demandas da Geração Z, que está prestes a superar os baby boomers na força de trabalho. Rodney sugere que as empresas que priorizarem o equilíbrio entre vida pessoal e profissional estarão melhor posicionadas para atrair e reter talentos nesse novo cenário.